Senhores do Conselho,
"Bem vindos ao mundo real".
Li mais um livro interessante e recomendo-o aos senhores. Trata-se de "Caim", do escritor português Saramago.
A discussão é deveras interessante. O filho de Adão é levado, devido
à marca colocada pelo deus a vagar por alguns episódios do Antigo Testamento. Ele conhece Lilith, tem o filho Enoch... Só isso já seria interessante, pois como algo além do éden estava povoado se deus havia criado apenas Adão e Eva?
Para quem não conhece, Lilith foi a primeira mulher, expulsa do paraíso por não querer se submeter a Adão, e Enoch, pai da Ciência sagrada (isso o livro não conta).
Mais sobre Enoch: http://pt.wikipedia.org/wiki/Enoque_(filho_de_Caim)
Há uma discussão interessante: Que deus é esse, que é vingativo, não é justo nem lógico e que se compraz com sacrifícios?
Os nossos amigos já repararam que eu grafei deus com letra minúscula; na verdade, isso foi para manter a escrita de Saramago.
E fica a nossa reflexão... Uma pessoa, aliás , várias, me perguntam se eu acredito em deus ou Deus ou não. A pergunta é irrelevante. Quando digo que não tenho religião então... É um deus-nos-acuda.
Irrelevante? Claro, o que importa é como me comporto, de maneira ética ou não. Isso é que é importante.
Mas eu acredito ou não? Claro que sim, claro que não. Como?
Há um problema na pergunta. Como definir com um nome o que é infinito?
A resposta... Se a referência for àquela visão cristã de Deus, a minha resposta é um bom e sonoro não.
Se a referência for a algo que não pode ser definido, a minha resposta aponta para algo que não é pessoal (Nada de dizer Ele , etc.)
Penso como uma energia, que mantém coeso e organizado o Universo. Deve ser experenciada, e todas as palavras e nenhuma dão conta de explicá-la.
Talvez as religiões da natureza, ditas pagãs, é que tinham razão, quando dizem que é algo feminino e não masculino. Bem, na verdade é algo que contém o masculino e o feminino e está além deles.
O essencial é que todas as visões (embora parciais) estão corretas. Na verdade, uma boa metáfora seria a do budismo zen, que diz que o divino é o mar e que somos ondas. As ondas vem e vão na imensidão do mar. A música "Como uma onda", faz referência a isso.
Namastê!