Amigos céticos,
Estive sumido um tempo, tive várias ideias e nada de escrever. Andei enferrujando...
Voltemos à ativa. O tema de hoje é a necessidade de uma escola laica.
Vocês devem estar se perguntando: Ué, mas a escola não é laica? Tenho visto algumas escolas onde trabalho essa necessidade de se falar de Deus, dia da Bíblia, etc. Na escola em que trabalho colocaram um pai nosso no auditório (o fim!)
Sinto que retrocedemos à Idade Média. Existe uma necessidade de se catequisar a todos de qualquer maneira e a escola, infelizmente, tem servido de palco para os nossos "jesuítas" de plantão.
Perguntei a uma das "jesuítas" o porquê disso. Ela me deu uma resposta interessante. Ei-la:
"As crianças precisam ouvir falar de deus (minúculo, efeito estilístico). Quando eu falo, elas adoram. E é a visão da maioria"
Desnecessário eu dizer que considerei um absurso, lembrando que ela não é professora de religião.
E qual a minha posição? Será que a escola não deve ser um espaço religioso?
Não.
Primeiramente, porque as instituições religiosas (igrejas, centros, mesquitas,etc.) servem a transmissão de valores específicos de cada religião. Senão daqui a pouco teremos culto na escola (nunca!)
Segundo, se a escola é um espaço que pretende ser democrático, deveria abrir espaço para todas as visões religiosas, inclusive agnósticas e ateias. Se não fizer isso, está ferindo a liberdade da minoria.
Terceiro, como assim, visão da maioria? Quer dizer que todos devem ser rebanho? Não, as pessoas devem ser livres para acreditar no que quiserem e a escola não deve ser um lugar para restringir isso.
E no final das contas, não existe uma visão religiosa verdadeira, do ponto de vista da escola.
Sou a favor que a escola trabalhe os conteúdos éticos que estão por trás de qualquer opção religiosa, de maneira interdisciplinar e transversal.
Mas acima disso, sou a favor da liberdade de pensamento, de crença, até porque, se pensarmos bem, depois de certa oração proferida por certos políticos...
A escola precisa ser um espaço de debate, de difusão da ciência, de leitura (que tem faltado muito), de pluralidade cultural e não é com pregações que resolveremos isso.
Um dia, se chega, com batalha, até lá.
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